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Porque miramos?
Porque não miramos?
O que miramos?

O que são as mirações?

   São as visões espirituais conseguidas em estado de consciência expandida com o uso da Ayahuasca. Neste estado, todos os sentidos e percepção ficam ampliados por sofrermos menos influência que a matéria exerce sobre nossos sentidos.

   A percepção da miração é próxima a de uma alma desencarnada.

  Toda contemplação espiritual ocorre pelo fenômeno da sintonia entre o observador e o observado, por isso nos sentimos protagonistas de uma ação que se passa num mundo extremamente “real, encantado, místico, mágico e sagrado” em que tudo fica como sempre foi: junto, ligado e único.

  O controle das mirações não é nosso e nem fogem da lei espiritual que determina que só contemplaremos o que o nosso espírito puder entender. Todas mirações poderão ser entendidas. É uma questão de tempo de amadurecer.

   Não há miração sem propósito. A miração de um acidente serviria para tentarmos evitá-lo. Isto porque o que vivenciamos nas mirações acionam mecanismos que atuam fortemente nos planos físico, mental e espiritual.

O que miramos?

   O Mestre é quem determina o que vamos mirar. Cada espírito possui um peso específico que o nivela com o plano espiritual afim no qual se manifesta. Por exemplo, para sairmos do nível físico, teremos que subir ou descer vibracionalmente e oscilar entre as sete esferas energéticas concêntricas que constituem o planeta Terra.

    As quatro esferas superiores acima do plano físico, indo da Terra em direção ao espaço sideral são chamadas de “Umbral”, “Arte, Cultura e Ciência”, “Amor Universal” e “Diretrizes do Planeta”.

    As duas esferas abaixo do plano físico são chamadas de “Trevas” e “Abismo”.

   O Mestre atuará sobre nosso peso vibracional para nos nivelar na esfera que pudermos alcançar com o auxílio d´Ele para nosso aprendizado. Podemos sofrer com o nivelamento, mas sofreremos menos se confiarmos no Mestre e não Lhe fizermos resistência. Sem nos esquecermos: cada esfera é multidimensional.

   Há mais esforço em alcançar e se manter nas esferas superiores do que nas esferas inferiores nas quais já estagiamos.

 

Como a miração começa?

   Para atingirmos um nível superior adjacente, atravessaremos nossos próprios planos conscienciais, vivenciando sensações corpóreas características a estes:

a) Sensação corporal “mediunizante” causada pela “força” do cipó.

b) Diagramas visuais fragmentados (ou fractais) causado pela “luz” da folha.

c) Passagem pelo seu inconsciente pessoal (sonhos, devaneios, desejos, ideias e figuras desconexas conhecidas como “lixo mental”).

d) Passagem pelo “inconsciente coletivo”.

Mas para o adepto aplicado, o Mestre poderá pular etapas..

 

Como miramos?

   Quando temos o centro de força da dupla visão em desenvolvimento ou já desenvolvido. Podemos mirar de olhos abertos ou fechados.

   Mas para o Mestre, o mais importante não é a miração em si, mas o aprendizado que virá por meio dela.

   Com a assistência do Mestre, podemos ir muito além do que conseguiríamos com nossos próprios recursos. No estado de miração, atuamos no mundo das causas, onde tudo é vivo, vibrante, modelador e reparador. Passamos a atuar no mundo espiritual, contíguo ao nosso, de onde tudo se origina e nos afeta diretamente.

   A miração é um estado semelhante a sonhar, só que desperto e com extrema lucidez, daí a facilidade que encontramos em receber instruções desde aspectos práticos da nossa vida física até intrincadas questões espirituais.

    Neste estado provisório de alma emancipada, as situações atemporais nos são mostradas em busca de uma solução pelo entendimento. Mesmo que não acreditemos nas situações, elas acontecerão conforme planejadas no mundo astral.

    Como as lições são para a alma, o Mestre “ultrapassa” a limitação da mente e se comunica de alma para a alma pela linguagem universal dos símbolos.

Não há limites para o discípulo quando o Mestre o projeta em nível mental.

 

Por que miramos?

    As mirações que temos declaram quem nós somos. E como são atemporais, podem revelar fatos do presente, do passado e do futuro. As mirações ora são nítidas, diretas e reveladoras, ora são enigmáticas e oraculares, necessitando serem decifradas pela compreensão do discípulo ao longo do tempo.

    Elas poderão ser densas, fugazes, de indescritível beleza ou não, mas todas serão aprendizados que devem ser incorporados à vida cotidiana para nos transformar em pessoas melhores para nós e para toda a humanidade.

Por que não miramos?

   Por uma série de fatores:

– Se o nosso centro de força da “terceira visão” ainda não estiver desenvolvido ou se ainda estiver em desenvolvimento,

– Se tivermos algum bloqueio (orgânico, mental ou espiritual),

– Se o Mestre julgar não haver necessidade ou se quiser desenvolver nossa perseverança.

   A miração também é uma das manifestações do poder. E os poderes estão a serviço do saber da nossa consciência.

   A miração só ocorre num estado de uma sensibilidade especial. Se usarmos a Ayahuasca e nos parecer que nada nos aconteceu, consideremos:

– Que a dose podia estar inadequada,

– Que pode ser nossa insensibilidade, influência das pessoas ou até mesmo a reunião.

– O poder da Ayahuasca está operando num nível de cura que independe da miração.

    Só miramos quando o Mestre permite a entrada em seu mundo mágico quando Ele assim o deseja, por razões que com o tempo Ele nos esclarecerá.

Um Mestre não se rende às nossas vontades. Ele é um ser divino, com poder, vontade própria e um conhecimento ancestral sobre nós e sobre todas as coisas.

 

O que pode afetar uma miração?

– O local onde o trabalho é realizado (a egrégora existente no local).

– O grupo presente ao trabalho,

– A origem do Daime (valor espiritual do Feitor e das circunstâncias do feitio.),

– O grau (a concentração) e a dose do Daime,

– A forma de atuação do Dirigente,

– O nível espiritual de quem estiver mirando.

   Nas reuniões espiritualmente guarnecidas pelos espíritos de luz, o fator espiritual predomina sobre a química da bebida.

 

Há “tipos” de mirações?

Podemos classifica-las em 4 tipos:

– As cotidianas: São as que contêm questões sociais, morais e éticas do nosso dia a dia e nosso “lixo” mental. Estão relacionadas à mente e com a esfera física.

– As arquetípicas: São as representadas por símbolos tais como serpentes, águias, espadas, castelos, cálices e seres míticos ou mitológicos que se relacionam ao nosso inconsciente pessoal ou ao inconsciente coletivo. Estas mirações são projetadas desde as esferas do “Umbral” até da “Arte, Cultura e Ciência”.

– As reveladoras: São aquelas relacionadas com estados vibracionais sutis e aos chamados “seres divinos” que se valem de todas as formas de entendimento ou cura: sons, cores, perfumes, corpos luminosos, imagens, figuras geométricas, símbolos, raios cósmicos e campos de força, diversas elementos ainda desconhecidos para nós.

Estas mirações estão relacionadas à esfera do “Amor Universal”.

– As das diretrizes espirituais: Onde nos integramos com a essência divina em estado de “ausência da mente” e obtemos esclarecimentos que aceleram nosso progresso espiritual ou do grupo a que estamos afiliados.

   Estas mirações estão relacionadas à esfera “Diretrizes do Planeta”.

 

Podemos mirar sem ter usado a Ayahuasca?

   Sim! Tivemos algumas experiências deste tipo. Uma delas aconteceu numa tarde em que eu olhava distraidamente o entardecer. A noite se aproximou e as primeiras estrelas chegavam. De súbito, me senti diferente e alheio ao burburinho dos carros que passavam. A “força chegou” e percebi que a penumbra era uma presença.

   Uma energia relaxante que tudo parecia aquietar e dominar. Minha terceira visão se abriu e percebi que as árvores de espécies afins buscam se tocar com as raízes. Vi as pequenas esferas luminosas que circulavam entre as árvores de mesma espécie que trocavam impressões entre si que eram acumuladas em sua alma grupo.

 

Há relação entre os dirigentes e as mirações que teremos?

   Sim. É que cada Padrinho, Mestre, ou Xamã tem sua própria linha de desenvolvimento espiritual e imprimirá estas características em seus trabalhos e nas suas Igrejas.

Trabalhos espirituais com Ayahuasca sem um bom dirigente são semelhantes a barco desgovernado que poderão ficar a deriva em qualquer lugar.

   É inverídica a afirmação de que um dirigente sabe o que está acontecendo com cada um dos participantes de uma reunião. O Mestre o instrui como está a reunião como um todo e poderá intuí-lo para auxílio de alguns participantes.

 

Podemos comentar nossas mirações?

   Devemos comentá-las com quem puder nos auxiliar na análise para obtermos uma abrangência maior dos significados que só uma pessoa experiente pode conhecer. Preferentemente, devemos conversar com os dirigentes dos nossos trabalhos.

   Guardarmos uma miração só para nós pode nos trazer o risco uma interpretação errada. Não querer contar pode ser uma forma refinada de egoísmo espiritualizado por supormos que recebemos algo especial por sermos dignificados pelos seres divinos!

    Há mirações muito semelhantes que ocorrem com pessoas diferentes ou que nem se conheciam o que comprova que receberam o mesmo aprendizado. É reconfortante saber que uma passagem forte que estamos vivendo algo natural, que já sucedido com outras pessoas e que também ficaremos bem como elas.

 

Por que as pessoas não comentam suas mirações?

   Não comentam porque talvez não tenham o que comentar e se prevalecem desta regra ultrapassada.

Os trabalhos com Ayahuasca são do tipo “Universidade da Alma”.

  Ora, é insano, tolo e perigoso colocarmos um garoto do jardim de infância numa Universidade e deixar que ele vá aprendendo por si mesmo!

  Há quem argumente que as mirações não devem ser comentadas porque todos nós estamos na mesma escola, mas temos graus diferentes. Isto é verdade, mas toda boa escola possui um bom professor. E este bom professor nivelará a explicação para que todos entendam de acordo com o nível que possuam.

 

Por que os pioneiros pediam que não se comentassem as mirações?

   Porque os ritos da Barquinha, Santo Daime e União do Vegetal nasceram entre pessoas simples e humildes, numa época com forte acento cultural e de pouco entendimento espiritual. A época em que vivemos é absurdamente diferente da época dos pioneiros.

 

Por que as mirações são simbólicas e atemporais?

   Porque as mirações são lições para nossa alma e não para nossa mente.

A mente é um acúmulo de nossas experiências e nada sabe sobre as mirações.

Elas são são recordações de experiências em tempos imemoriais! Por isso é que as mirações usam a única linguagem que sempre existiu: a linguagem universal dos símbolos!

 

Como saber o que pode ou não pode ser contado?

  O Mestre diz! Então concluímos que precisamos ter zelo pelas mirações: Ninguém profanará impunemente o que pertencer a todos! É contrário à nossa evolução arquivarmos o que pode ser divulgado por julgarmos egoisticamente ser uma experiência exclusivamente nossa.

   Ela é pessoal, mas ou provém da fonte comum Superconsciente de Deus que pertence a todos. É contrário à evolução banalizarmos o que não pode ser divulgado ou adulterarmos um fato de origem espiritual.

    Todos os Mestres nunca se negaram de esclarecer seus discípulos como eles pudessem entender…

A miração é boa quando fazemos dela um agente transformador da nossa consciência.

   Com o Mestre tudo é possível: ver as almas encarnadas e desencarnadas; atravessar montanhas, visitar mundos e estrelas; conversar com as plantas, com os espíritos da natureza e com os seres angelicais; ver reencarnações passadas, ter esclarecimentos sobre a atual e sobre as futuras reencarnações; alterar destinos, desvendar mistérios terrestres, intraterrestres e extraterrestres; passear pelo inconsciente coletivo humano, pelo nosso Superconsciente (chamado indevidamente de inconsciente) e até pelo nosso próprio corpo.

   Neste estado de unicidade, é fácil diagnosticar doenças, amenizá-las ou até curá-las. Podemos conhecer o divino amor cósmico pelas criaturas e entender desde as estruturas das moléculas até a arquitetura do universo.

    Todo vôo é possível desde que o viajor esteja habilitado.

“Mirar só mirar não basta. O importante é ser a própria miração”.

Escrito por: Julio da Mata

Rio de Janeiro- RJ

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